terça-feira, novembro 14, 2006

Aos Pés do Mestre - AMOR - Parte III

Não contente de ter feito todo esse mal a si próprio e à sua vítima, o maledicente tenta, com todas as suas forças, fazer os outros participantes do seu crime. Conta prontamente a perversa história, na esperança de que o acreditem; e então juntam-se todos a enviar maus pensamentos ao pobre paciente. Isto repete-se dia a dia, e é feito não por um homem, mas por milhares. Começas a ver quão terrível é esse pecado? Deves evitá-lo por completo. Nunca fales mal de ninguém; recusa ouvir o mal que te disserem dos outros e suavemente observa: “Talvez não seja verdade e, mesmo que seja, é mais caridoso não falarmos nisso”.

Quanto à crueldade, pode ser de duas espécies: intencional e não-intencional. A crueldade intencional consiste em causar dano a um ser vivo, de ânimo deliberado; esse é o maior de todos os pecados – próprios antes de um demónio do que de um homem. Dirás que nenhum homem cometeria tal crime; porém, os homens cometeram-no muitas vezes e ainda o cometem diariamente. Praticaram-nos os inquisidores; foi praticado por muitas pessoas religiosas em nome da sua religião. Os vivissectores praticam-no; muitos professores praticam-no habitualmente. Todas essas pessoas procuram desculpar a sua brutalidade dizendo que é costume; um crime não deixa de sê-lo porque muitas pessoas o cometem. O karma não leva em conta o costume, e o karma da crueldade é, de todos, o mais terrível. Na Índia, pelo menos, não há desculpa para tais hábitos, pois o dever de não fazer mal é bem conhecido de todos. A sorte reservada ao cruel incide também sobre todos os que intencionalmente matam criaturas de Deus, sob pretexto de desportos.

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