terça-feira, novembro 14, 2006

Aos Pés do Mestre - Boa Conduta - Parte IV

Tolerância
Deves sentir perfeita tolerância por todos, e um sincero interesse pelas crenças dos de outra religião, tanto quanto pelas tuas próprias. Pois a religião dos outros é um Caminho para o Supremo, da mesma forma que a tua. E para auxiliar a todos é preciso tudo compreender.

Mas a fim de alcançar essa perfeita tolerância, deves tu próprio, em primeiro lugar, libertar-te da superstição e da beatice. Precisas de aprender que não há cerimónias indispensáveis; de outro modo te suporias um pouco melhor do que aqueles que não as cumprem. Não condenes, porém, os que ainda se apegam às cerimónias. Deixa-os fazer o que lhes aprouver, contanto que não se intrometam no que concerne a ti, que conheces a verdade, pois não devem tentar forçar-te ao que já ultrapassaste. Sê indulgente com todos; sê benévolo em tudo.

Agora que os teus olhos foram abertos, algumas das tuas antigas crenças e cerimónias podem parecer-te absurdas; talvez, na realidade, o sejam. Apesar de não poderes mais tomar parte nelas, respeita-as por amor às boas almas para quem elas são ainda importantes. Têm o seu lugar e utilidade; assemelham-se às duplas linhas que, quando criança, te guiavam para escreveres em linha recta na mesma altura, até que aprendeste a escrever muito melhor e mais livremente sem elas. Houve um tempo em que necessitaste delas; esse tempo, porém, já passou.

Um grande Instrutor escreveu certa vez: “Quando eu era criança, falava como criança, entendia como criança; porém, quando me tornei homem, abandonei os meus modos infantis”. No entanto, aquele que esqueceu a sua infância e perdeu a simpatia pelas crianças não é o homem que as possa instruir e ajudar. Assim, olha para todos bondosamente, gentilmente, tolerantemente; porém, a todos da mesma forma, quer sejam budistas, jainistas, judeus, cristãos ou maometanos.

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